Em 10 anos, entre 2008 e 2018, o Rio Grande do Norte registrou um aumento de 155,6% no número de mortes violentas. Apesar de ter uma queda de 17,2% em 2018, na comparação com o ano anterior, o estado segue com uma das maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes no país e a segunda maior mortalidade de jovens - que representam quase 60% das vítimas no estado. Os dados são do Atlas da Violência 2020, divulgado nesta quinta-feira (27).

Roraima ficou com a maior taxa de homicídios de jovens do país, com o índice de 142,5 mortes de jovens por 100 mil habitantes. Na sequência, vieram Rio Grande do Norte (119,3) e Ceará (118,4). Nesse ano, os estados com as menores taxas foram São Paulo (13,8), Santa Catarina (22,6) e Minas Gerais (32,6). Para se ter uma ideia, a média brasileira ficou em 60,4.

Se o RN teve 1.825 vítimas da violência em 2018, 1.067 (58.4%) eram pessoas com idades entre 15 e 29 anos de idade. Do total de jovens, 1.024 (95,9%) eram homens. Quando considerada apenas a taxa de mortalidade de jovens homens, o estado segue com a segunda maior taxa do país, com índice de 226,3 por 100 mil - mais que o dobro da taxa nacional, que é de 112,4.

"No Brasil, os homicídios são a principal causa de mortalidade de jovens, grupo etário de pessoas entre 15 e 29 anos. Esse fato mostra o lado mais perverso do fenômeno da mortalidade violenta no país, na medida em que mais da metade das vítimas são indivíduos com plena capacidade produtiva, em período de formação educacional, na perspectiva de iniciar uma trajetória profissional e de construir uma rede familiar própria", apontam os pesquisadores, no estudo.

O estudo é elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

G1/RN

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