A pausa na produção da vacina Coronavac, provocada por falta de insumo, deve impactar também a vacinação contra a Covid-19 em Mossoró. O problema já afeta outros municípios, como as capitais Natal, Campo Grande (MS), Macapá (AP) e Boa Vista (RR), onde já falta Coronavac para aplicação da segunda dose.
Este mês, o Instituto Butantan interrompeu a produção do imunizante por causa da falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), importado da China. O receio é que a falta afete a conclusão do ciclo de vacinação em Mossoró, referência em vacinação no Rio Grande do Norte – o município já vacina pessoas com 59 anos.
Alerta
O coordenador de Imunizações em Mossoró, Etevaldo Lima, confirma a situação. “"Existe, sim, uma preocupação, porque precisamos que o Ministério da Saúde nos envie as doses com regularidade e isso não aconteceu com relação à Coronavac”, adverte.
Só com a chegada de novo lote, segundo ele, é que Mossoró pode manter a vacinação, obedecendo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
A preocupação se estende a várias cidades do país. A Coronavac precisa ser reaplicada até 28 dias após a primeira dose, mas está em falta em várias regiões brasileiras.
Atraso na importação de insumo gera problema
A aeronave trazendo o IFA da China para o país só desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no último dia 19, com 10 dias de atraso. Chegaram 3 mil litros de IFA, o suficiente para produzir 5 milhões de novas doses da Coronavac. O lote do IFA deveria ter chegado até o final de março.
Desde janeiro, já foram entregues 38,2 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Hoje, cerca de 8 em cada 10 doses aplicadas da vacina contra Covid-19 no país é da Coronavac.
A vacina desenvolvida pelo Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, corresponde a mais de 80% das imunizações contra a Covid-19 aplicadas no Brasil.
Com o atraso, o Butantan estima que só vai completar a entrega das 46 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde até 10 de maio. O cronograma inicial previa que essas doses seriam entregues ao Governo Federal até o fim de abril.
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