No horário destinado às lideranças, na sessão ordinária por Sistema de Deliberação Remota (SDR) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que aconteceu nesta terça-feira (23), pronunciaram-se os deputados Nelter Queiroz (MDB), Hermano Morais (PSB), José Dias (PSDB), Dr. Bernardo (Avante), Subtenente Eliabe (SDD) e Francisco do PT. A pauta mais comentada foi a pandemia do Coronavírus.
O deputado Nelter Queiroz tratou da preocupação com a escassez das chuvas no interior do RN. Ele contou que fez um apelo ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para que colocasse no orçamento da União um volume de recursos para adquirir duas máquinas de perfuração de poços. De acordo com Nelter Queiroz, o ministro, por sua vez, encaminhou a proposta, que pode ser votada a qualquer momento. “Faço um pedido à bancada federal que representa o RN, para que ajudem a adquirir essas máquinas. O Estado do Ceará colocou emenda parlamentar e, com isso, lá existem seis máquinas de alta tecnologia. É por isso que o Ceará avança muito mais que nosso estado, pela união dos políticos em prol dos benefícios”, opinou.
Com relação à situação da pandemia e efeitos causados por ela, primeiro falou o deputado Hermano Morais. Segundo ele, a Covid-19 causa efeitos imediatos à vida das pessoas, por conta da saúde que é atingida, mas também tem outro aspecto a ser levado em consideração, que é o econômico. “Temos que cuidar da preservação de empregos, de empresas e buscar meios de socorrer, especialmente, as pequenas e microempresas. Ontem, meu mandato participou de reunião com instituições que representam o setor produtivo e tratamos dessa temática. As ações de combate ao vírus são muito drásticas e necessárias, por isso temos que ter medidas que atendam o setor produtivo”, falou. Ele mencionou a necessidade de ampliar as medidas já tomadas, como abertura de linhas de crédito e renúncia dos impostos.
O parlamentar José Dias questionou a informação de que o RN foi discriminado na distribuição de vacinas e afirmou que o fato de estados vizinhos como a Paraíba e Pernambuco já estarem vacinando a faixa etária dos 60 e o RN está vacinando ainda nas faixas dos 70 é por causa da incompetência do poder público estadual. Ele completou que não seria culpa do Ministério da Saúde.
Além da prioridade das ações voltadas à vacinação da população brasileira, o deputado Dr. Bernardo chamou atenção para a importância de, nas palavras dele, tratar da “descovidização” da política e despolitização da Covid-19. “Eu queria ver o presidente da República e os governadores dos estados reconhecendo o que já foi feito, tanto na escala federal, quanto na estadual. Mas, infelizmente, um lado só vê o que o outro deixou de fazer. Então, a gente vê, às vezes, pouca ação e muita promoção”, desabafou.
O parlamentar também aproveitou para informar que nesta terça-feira (23), pela manhã, ele conversou com a secretária Adjunta de Saúde do Estado, Maura Sobreira, e ela informou que até segunda-feira da próxima semana mais sete leitos, sendo cinco clínicos e dois de suporte, serão instalados no município de Caraúbas. “Esse pleito foi objetivo de requerimento meu em julho de 2020, mas está sendo feito agora, porque o Estado entendeu a importância e pode fazer agora”, disse.
Ainda na pauta pandemia, o deputado estadual Subtenente Eliabe fez um apelo ao poder público, para que priorize, no momento oportuno, a vacinação dos profissionais de segurança, tanto pública como privada. “O cargo de policial impõe a esses profissionais que eles devam estar nas ruas. Muita gente tem opção de ficar em casa, mas os profissionais de segurança, não. Eles estão na linha de frente, com um elevado nível de adoecimento e de letalidade que só aumenta. Nós temos um contingente acentuado de profissionais que estão fora das ruas porque se infectaram e eles levaram para dentro das suas casas, contaminando, inclusive, as famílias. Por isso, estamos reivindicando a priorização da vacinação desses profissionais. Se a governadora tiver vontade política de inclui-los, ela pode”, justificou. O parlamentar citou ainda o Estado do Pará, que, segundo ele, já está vacinando esses trabalhadores da segurança.
Por fim, respondendo as indagações feitas pelos deputados estaduais que cobraram ações do Governo do Estado, o parlamentar Francisco do PT falou. “É muito comum que praticamente todas as reuniões que participamos, o primeiro apelo seja pela união da classe política. É verdade que a pandemia vem sendo politizada, mas, além disso, temos o negacionismo no meio de uma pandemia”, direcionou ele.
Em seguida, apresentou os questionamentos: “quem é que tem dificultado um grande entendimento nacional a respeito do enfrentamento da pandemia? Quem é que sempre tem se colocado contrário às informações dadas pela ciência, às medidas tomadas pelos governos estaduais e prefeituras? Que coloca em xeque a gravidade da pandemia? Que duvida da eficiência das máscaras, incentiva aglomerações? Eu quero fazer aqui essas reflexões. Há uma cobrança normal e legítima ao Governo do Estado, mas muitas vezes essa cobrança é feita parecendo que o RN não é uma Unidade Federativa. O RN não é um país, é um estado de um país com ausência de coordenação central”.
O parlamentar lembrou que, os Estados Unidos, após a mudança de governo e uma condução diferente, melhorou de situação. “Vejam outros países do mundo onde existe essa unidade, com coordenação central. É muito difícil lidar em um país onde o Governo Federal vai em uma direção e os governadores e prefeitos vão em outra. Como disse, os pleitos ao Governo do Estado são legítimos, mas não são os governadores e prefeitos que se negam a dialogar. Os ministros da saúde que buscaram um mínimo de diálogo e unificação foram demitidos”, concluiu.
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