O Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn) emitiu uma nota no dia de ontem (09/08) reprovando a declaração do governador Robinson Faria (PSD)
sobre a responsabilidade da imprensa pela sensação de insegurança dos
potiguares.
Em entrevista à rádio 96 FM, na
noite desta terça-feira (8), o governador afirmou que grande parte da sensação
de insegurança da população acontecia por causa do 'sensacionalismo' da
imprensa local. "A mídia gosta dessas notícias. Por isso há uma sensação
de insegurança muito grande", afirmou o governador.
Na nota, o sindicato afirmou que
a declaração desrespeita toda a classe, 'além de querer mascarar uma realidade
vista nas ruas do Estado e confirmada através de dados de pesquisas e
instituições'.
"Num estado onde o número de
assassinatos já se aproxima dos 1.500 só em 2017 e que facções impõem medo em
diversas partes do Estado, não cabe à imprensa resolver este problema",
diz a nota. "À imprensa cabe noticiar os fatos e não omitir informações e
dados públicos à sociedade", acrescenta o texto.
O sindicato ainda lembrou que o
tio da primeira-dama Julianne Faria, um médico com 87 anos, foi baleado em um
assalto a farmácia poucas horas após a declaração do governador. "Precisa
dizer algo mais?", questiona. O sindicato também se solidarizou com as
famílias das vítimas de crimes no estado.
No início da tarde desta quarta
(9), o governo emitiu nota afirmando que "a imprensa uma das grandes
parceiras para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte" e que "ao
comentar a cobertura da imprensa na área de segurança, o governador demonstra
preocupação com a disseminação da sensação de medo à população, desproporcional
à realidade, que já é duríssima". A nota ressalta ainda que "o
combate à violência é responsabilidade do governo, que tem assumido com
coragem, postura de acompanhamento e cobrança permanentes e disposição de
vencer essa guerra, reflexo de uma problemática que aflige todo o país".
Veja a nota completa do Sindjorn:
O Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Rio Grande do Norte reprova veementemente a declaração dada
nesta terça-feira (8) pelo Governador Robinson Faria de que o trabalho da
imprensa potiguar é um dos responsáveis pela sensação de insegurança nos
cidadãos potiguares. A declaração do governador desrespeita toda a classe
jornalística, além de querer mascarar uma realidade vista nas ruas do Estado e confirmada
através de dados de pesquisas e instituições como o Atlas da Violência e o
Observatório da Violência Letal Intencional do RN (OBVIO).
Num estado onde o número de
assassinatos já se aproxima dos 1.500 só em 2017 e que facções impõem medo em
diversas partes do Estado, não cabe à imprensa resolver este problema. Isto
deve ser uma postura de Governo. À imprensa cabe noticiar os fatos e não omitir
informações e dados públicos à sociedade, e é o que colegas jornalistas têm
feito todos os dias.
Minutos após a equivocada
declaração do Governador a uma emissora de rádio de Natal, um tio da primeira
dama, Julianne Faria, foi baleado durante o enésimo assalto a uma farmácia da
capital potiguar. Precisa dizer algo mais?
Reforçamos nosso apoio aos
colegas jornalistas em seu trabalho vital para a sociedade potiguar, e nos
solidarizamos com as milhares famílias e vítimas de violência no Rio Grande do
Norte.
Confira a nota do Governo:
A respeito da repercussão de
declarações sobre a cobertura da imprensa com relação a casos de violência no
Rio Grande do Norte, o Governo do Estado vem a público esclarecer que:
1 - O governador Robinson Faria
sempre manteve uma relação não só de respeito, mas de amizade com a imprensa
potiguar. É a imprensa uma das grandes parceiras para o desenvolvimento do Rio
Grande do Norte e não houve da parte do governador a intenção de desmerecer o
sério trabalho jornalístico dos veículos de comunicação do nosso Estado;
2 – Ao comentar a cobertura da
imprensa na área de segurança, o governador demonstra preocupação com a
disseminação da sensação de medo à população, desproporcional à realidade, que
já é duríssima;
3 - O combate à violência é
responsabilidade do governo, que tem assumido com coragem, postura de
acompanhamento e cobrança permanentes e disposição de vencer essa guerra,
reflexo de uma problemática que aflige todo o país;
4 - Não há como retomar o sentimento
de segurança e paz sem uma aliança inquebrantável entre governo, imprensa e
sociedade.
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